Tecnologia

Empresas de arquitetura e tecnologia se unem para ampliar opções de instalações solares

Novas tecnologias de geração fotovoltaica ampliam opções que vão de edifícios a casas populares

BRASÍLIA — No coração da cidade de São Paulo, a sede do Germinare Business do Instituto J&F é o primeiro edifício do Brasil a gerar energia elétrica a partir de filmes finos flexíveis na fachada.

Os filmes foram desenvolvidos pela empresa de tecnologia L8 e a instalação resultado de uma parceria entre o escritório Edo Rocha Arquiteturas e a empresa Garantia Solar BIPVO.

Clarissa Zomer, diretora de Projetos Arquitetônicos da Garantia Solar BIPV e CEO da Arquitetando Energia Solar, explica que o peso reduzido dos filmes em relação aos módulos fotovoltaicos convencionais permitiu uma melhor integração com a estrutura metálica e os brises, valorizando a arquitetura do edifício.

Outra vantagem em relação aos módulos tradicionais, é que os filmes se adaptam facilmente a qualquer estrutura e possuem melhor eficiência energética, possibilitando a geração de eletricidade mesmo em dias nublados e sem a necessidade de estar em um ângulo específico para captar a luz solar, destaca Guilherme Nagamine, diretor da L8 Energy.

O projeto no Germinare Business utilizou 564 módulos de filme fino flexível de 125 Wp cada, resultando em um sistema com potência instalada de 70,5 kWp e capacidade de geração de 49,6 MWh por ano.

Essa solução permitirá ao edifício produzir praticamente toda a energia necessária para o sistema de ar-condicionado, reduzindo o tamanho dos equipamentos em 35% em comparação a um sistema convencional.

Inclusão social
O crescimento acelerado do mercado solar fotovoltaico no Brasil tem impulsionado o desenvolvimento de novas tecnologias para ampliar o acesso à geração própria de energia em edifícios comerciais e residências.

Em maio, o país alcançou 21 GW de geração distribuída solar, a maior parte (10 GW) em residências.

Para sair de bairros nobres e alcançar consumidores de baixa renda, soluções recém lançadas prometem melhorar a eficiência da captação solar e ampliar as opções disponíveis para diferentes tipos de construções.

No Rio de Janeiro, uma parceria entre a Eternit, empresa do setor de construção, e a Revolusolar está levando a energia solar para as favelas, com a instalação de telhas fotovoltaicas de fibrocimento.

A primeira residência a receber a tecnologia será selecionada entre as comunidades Chapéu Mangueira, Babilônia ou Ladeira Ari Barroso.

A solução Eternit Solar, lançada este mês, se propõe furar a bola do acesso à energia solar, compatibilizando a tecnologia às tradicionais telhas onduladas de fibrocimento — carro-chefe da empresa.

A estimativa de geração mensal de energia é de 140 KWh e uma potência de 1Kwp, para que a residência se torne produtora e consumidora de energia da sua própria telha solar.

Segundo Luís Augusto Barbosa, presidente da Eternit, a tecnologia beneficiará uma camada maior da população por seu custo mais acessível.

A casa selecionada entrará para a Cooperativa Percilia e Lucio, primeira cooperativa de energia solar em favelas, inaugurada em 2021.

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